Jogos virtuais para a terceira idade

Cuidados Antes de Iniciar Terapia com Jogos Virtuais

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Continuando a desenvolver o tema de realidade virtual aplicada à Gerontologia, é importante destacar que existem dois tipos de jogos virtuais que podem ser utilizados como forma terapêutica. Os comerciais, que estão disponíveis no mercado. Ou os desenvolvidos, criados especificamente com demandas motoras e cognitivas específicas de acordo com a necessidade do indivíduo.

Estes tipos de jogos virtuais possuem vantagens e desvantagens.

Por exemplo: os jogos comerciais são de fácil acesso e baixo custo. Porém, as demandas cognitivas e motoras são generalizadas. Isto é, não são focadas em uma população específica. No entanto, para a população idosa, necessitamos de demandas especificas, pois as mesmas ficam fragilizadas com o processo do envelhecimento. Já os jogos virtuais desenvolvidos se destacam por apresentarem demandas motoras e cognitivas especificas, focadas em determinada população. Porém, são de difícil acesso e geralmente de alto custo.

A realidade virtual (RV) pode ser classificada de acordo com seu meio de imersão. As principais são: não imersiva (tipo Wii ou Xbox) e imersiva. A primeira é quando o usuário é transportado parcialmente para o ambiente virtual, mas continua se sentir predominantemente no mundo real. Na RV imersiva o indivíduo é transportado totalmente para o mundo virtual. Desta maneira, há um isolamento do mundo exterior, dando a este tipo de RV uma sensação maior de realidade. 

É importante destacar que estudos com RV, principalmente com populações gerontológicas, que são indivíduos mais vulneráveis, devem ser inicialmente feitos para testar a aplicabilidade, a segurança e a aceitabilidade dos jogos. Só então, o terapeuta pode começar a testar de fato o efeito específico. Muitas vezes são necessários ajustes técnicos e terapêuticos nestes jogos para que eles possam de fato ser aplicáveis, aceitáveis e seguros.

Portanto, antes de comprar um videogame e jogos virtuais, é melhor consultar um fisioterapeuta especializado.

Atualmente a literatura científica apresenta vasto campo de estudos que utilizaram a RV não imersiva e imersiva em idosos. Até o presente momento os resultados são positivos, principalmente na área da RV não imersiva. Nesta técnica, os estudos são mais amplos, inclusive com  aplicabilidade domiciliar em populações a cima de 60 anos. Já na RV imersiva as pesquisas estão sendo mais restritas devido a alguns efeitos colaterais que a técnica vem apresentando.

Jéssica Maria Ribeiro Bacha é Fisioterapeuta, pós-graduada em Gerontologia e Mestre em Ciências pelo programa Ciências da Reabilitação da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Realiza pesquisas sobre reabilitação do controle postural de idosos por meio da fisioterapia convencional e de novos recursos como a realidade virtual. Realiza atendimentos em domicílio.

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