Com o grande surto de dengue, muitas pessoas procuram atendimento médico com a dúvida: será que é Dengue ou Covid?
Atualmente, os casos confirmados ou prováveis de dengue no Brasil, passam de 700 mil. Infelizmente são 94 mortes confirmadas e 381 em investigação – e a expectativa é de que 2024 seja o o ano com mais casos da doença na história do país.
Já os casos de Covid superam os 160 mil, com 963 mortes confirmadas por todo o país.
Segundo dados da Fiocruz, a Covid é disparada a principal síndrome gripal deste ano. Afinal, 66% dos casos de síndrome respiratória aguda grave são Covid.
Como as duas doenças podem apresentar alguns sintomas semelhantes os profissionais de saúde recomendam também a realização de testes específicos.
Mesmo porque tanto uma quanto a outra podem ser assintomáticas.
Similarmente, ambas são causadas por vírus. Porém, mesmo que possa ter sintomas semelhantes, sua evolução costuma ser diferente.
De acordo com a médica infectologista – e referência técnica dos arbovírus da Secretaria da Saúde (Sesa) – Theresa Cristina Cardoso Silva, o vírus da dengue é classificado como um arbovírus que se mantém na natureza pela multiplicação em mosquitos do gênero Aedes.
Isto o diferencia do vírus da Covid-19 que é um betacoronavírus descoberto a partir de amostras em pacientes com pneumonia.
A dengue pertence à mesma família do vírus da febre amarela e existem quatro sorotipos. Todos podem causar tanto a forma clássica quanto as formas mais graves da doença que incluem dores abdominais intensas e contínuas, náuseas, vômitos persistentes e sangramento de mucosas. Já o novo Coronavírus pode apresentar sintomas respiratórios como coriza, obstrução nasal e tosse, o que são raros na dengue”, explicou.
É essencial saber que o vírus da dengue é transmitido pela picada da fêmea do Aedes aegypti, um mosquito diurno que se multiplica em depósitos de água parada acumulada nos quintais e dentro das casas.
Já a covid-19 é causada pelo Sars-CcoV-2, um vírus da família dos coronavírus.
Sua transmissão é por via respiratória, através do contato direto com a pessoa infectada ou com as gotículas respiratórias que são expelidas quando uma pessoa com o vírus tosse ou espirra.
Segundo a dra. Silvana Barros, infectologista e chefe do Serviço de Epidemiologia e Controle de Infecção da Rede Mater Dei de Saúde
A dengue tem como característica principal a febre alta, acima de 38 ºC, uma mialgia intensa causada por dor muscular e articular e algo muito característico que é a dor atrás dos olhos, principalmente durante o movimento, apesar de esse sintoma nem sempre estar presente em todos os casos”.
Portanto, os sintomas mais comuns da dengue são:
- febre alta (acima de 38°) repentina, que dura de dois a sete dias;
- dor de cabeça e atrás dos olhos;
- fraqueza e dor muscular;
- e dor nas articulações.
Também, perda de apetite, diarreia com fezes pastosas, náuseas e vômitos podem estar presentes.
Além de manchas e pápulas avermelhadas na pele (exantema), com ou sem coceira, surgem na face, tronco, mãos e pés em cerca de 50% dos afetados pela doença.
Sobretudo, é preciso saber que após a fase febril, a maioria dos indivíduos se recupera progressivamente; no entanto, alguns pacientes começam a piorar exatamente na fase em que a febre regride, cerca de três a sete dias após o início dos sintomas.
Os sinais de alarme da dengue são:
- dor abdominal intensa e contínua;
- vômitos persistentes;
- acúmulo de líquidos no abdômen e nas membranas que envolve o coração e os pulmões;
- queda da pressão, principalmente ao se levantar;
- sangramento de mucosa;
- letargia (estado de fraqueza intensa) e/ou irritabilidade.
É primordial ter conhecimento de que não há tratamento específico para a doença, mas garantir a hidratação, que pode salvar vidas.
Já quando falamos dos sintomas e evolução da covid-19, os sintomas costumam ser:
- sintomas respiratórios, como obstrução nasal (nariz entupido) e coriza, além de tosse seca que pode ou não estar presente;
- febre, que pode ser acima de 38ºC;
- dor de garganta;
- dor de cabeça;
- calafrios;
- cansaço;
- e dores musculares.
Pessoas vacinadas costumam ter sintomas mais leves da infecção, que pode causar quadros graves, em especial em idosos, pessoas imunocomprometidas e com comorbidades.
Assim, é muito importante manter a vacina contra a doença em dia.
Para confirmar o diagnóstico é preciso realizar testes específicos. Visto que outras viroses têm sintomas semelhantes, portanto apenas exames poderão estabelecer o diagnóstico definitivo.
No entanto, a dengue não causa sintomas respiratórios como a covid-19, e a febre, quando surge, inicia-se de forma abrupta, muitas vezes como primeiro sintoma.
Segundo o Ministério da Saúde, a dengue não possui um tratamento específico, ou seja, os medicamentos são usados para amenizar os sintomas da doença. Porém existem medicamentos que, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), são contraindicados em casos de suspeita do vírus, pois pode agravar e evoluir o quadro clínico da doença.
Anti-inflamatórios ou remédios a base de ácido acetilsalicílico, alguns conhecidos como: indometacina, ibuprofeno, diclofenaco, piroxicam, naproxen, sulfinpirazona, fenilbutazona, sulindac e diflunisal. E medicamentos de corticóides, como: prednisona, prednisolona , dexametasona e hidrocortisona, devem ser evitados, pois podem aumentar a tendência hemorrágica nos casos na dengue.
Se você apresentar sintomas de dengue grave ou não conseguir ingerir líquidos em altas quantidades, procure um serviço de saúde.
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