Estudos feitos com pessoas com mais de 60 anos sugerem que o estresse acelera o processo de envelhecimento.
Em nossa última publicação sobre o assunto, vimos que idosos geralmente são mais estressados que adultos mais jovens.
Ainda, idosos cronicamente estressados apresentam pior resposta imune e elevada morbidade quando comparados a idosos não-estressados.
Para entender mais sobre este tema, diversas organizações de investigação científica têm utilizado o mesmo modelo: acompanhar cuidadores familiares de pacientes com doenças neuro-degenerativas. Se o estresse acelera o processo de envelhecimento, isso pode ser evidenciado por um grupo de pessoas que mais sofre com estresse crônico.
Entende-se que a vida de um cuidador familiar é uma das mais estressantes possíveis. Pois, cuidar de um ente querido com Alzheimer ou outro tipo de demência é equivale a um processo de “luto em vida”. Isso porque, na maioria dos casos, o cuidador familiar é o cônjuge também idoso. Ou um filho mais próximo (geralmente, o mais velho). Na grande maioria das vezes, este familiar não está preparado para as demandas físicas e emocionais requeridas pelos cuidados e convivência com um familiar com demência. E, observar diariamente a degradação progressiva de seu pai/ mãe/ esposo/ esposa é uma tarefa árdua. Não é surpresa estar associada à ansiedade, depressão e estresse crônico.
Estudos dos anos 2000 e 2004 associaram alterações imunológicas importantes em cuidadores familiares com mais de 60 anos. Além disso, foi observado maior estresse oxidativo em nível celular. Também há evidências de aceleração de outros fenômenos associados ao envelhecimento celular e longevidade.
Desta maneira, estes estudos sugerem que o estresse crônico debilita ainda mais o sistema imunológico já enfraquecido do idoso. Assim, estas pessoas, (que normalmente já estão acometidas por alguma doença crônica) ficam mais susceptíveis a infecções virais e câncer.
De fato, idosos cuidadores de seus cônjuges sentem-se mais doentes quando comparados a idosos não-estressados. Eles relatam mais episódios de infecções, baixa resposta a vacinas como vacina contra gripe ou pneumonia, capacidade de cicatrização reduzida, entre outros.
Por isso, se você já tem mais de 60 anos e cuida de um familiar com Alzheimer, lembre-se de cuidar de si mesmo também!