Quando se fala em adulto idoso, muitas vezes vem à nossa mente a idéia de Fragilidade. Ou seja, uma pessoa vulnerável. Alguém que se encontra num limiar estreito entre autonomia e dependência. Pensamos numa pessoa que pode sofrer uma perda abrupta de estrutura e caminhar rapidamente para uma fatalidade.
Essa imagem é equivocada e corresponde apenas ao final de um processo de envelhecimento mal sucedido. Não é isso que buscamos quando optamos, ao longo da vida, por uma alimentação saudável, exercícios físicos regulares e estilo de vida favorável ao envelhecimento saudável .
Alguns indivíduos idosos se tornam mais frágeis ao longo do processo de envelhecimento.
Entende-se por Fragilidade “o resultado de alterações fisiológicas e biológicas associadas à idade, resultado de uma ou de diversas doenças”.
Mas por que é interessante classificar o paciente frágil? Porque, em caso de uma enfermidade, eles tendem a demorar mais tempo para voltar ao seu padrão funcional. Em virtude de maior velocidade de perda muscular, maior estado pró-inflamatório e pró-trombótico essas pessoas tem maior dificuldade de recuperação. A Fragilidade prediz incapacidade, morbidades e mortalidade em idosos. É um estado de pré-incapacidade e é reversível.
Clinicamente, ela pode ser diagnosticada pelos seguintes critérios:
- Perda de peso não intencional: maior de 4,5 kg ou superior a 5% do peso corporal no último ano.
- Diminuição da força de preensão palmar, medida com dinamômetro e ajustada para gênero e índice de massa corporal (IMC).
- Diminuição da velocidade de marcha em segundos.
- Exaustão à queixas: “eu sinto que faço todas as minhas atividades com muito esforço” e/ou “eu não consigo continuar minhas atividades”.
- Baixo nível de atividade física medida pelo dispêndio semanal de energia em kcal (com base no autorrelato das atividades e exercícios físicos específicos realizados) e ajustada conforme o gênero.
Indivíduos com três ou mais critérios atendidos são identificados como frágeis. Aqueles com um ou dois critérios são classificados como pré-frágeis. Nenhum critério atendido classifica o idoso como robusto.
E o que a Nutrição pode fazer para manter o idoso fora do Estado de Fragilidade? Orientar para um bom estado nutricional (em que o idoso consegue manter sua saúde física, funcional e metabólica). Sempre que necessário, indicar uso de suplementos de macro ou micronutrientes (sempre que o idoso não conseguir o aporte necessário de nutrientes e calorias apenas da alimentação, por questões que devem sempre ser acompanhadas por profissional habilitado) para reduzir o risco de desenvolver fragilidade.
No caso do idoso frágil, a correção das deficiências alimentares, tanto de macro quanto de micronutrientes, aliada à pratica de exercício físico, reverte o quadro de fragilidade, afastando-o de uma situação de incapacidade e melhorando o prognóstico em casos de infecção, desidratação, queda, internação hospitalar, dentre outros.
Se o idoso não demonstra interesse pela alimentação, saiba que ele pode estar sentindo menos o sabor. Entenda aqui!
Para uma orientação personalizada, busque sempre acompanhamento de um profissional nutricionista. Para uma abordagem mais especializada, busque por uma nutricionista hospitalar. É um profissional que tem muito a oferecer ao adulto idoso e que não costuma fazer parte da equipe de saúde na atenção a esta população.
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