interação droga-nutriente no idoso

Interação entre Remédios e Alimentos no organismo idoso.

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Todas as substâncias que ingerimos se encontram em nosso trato gastro-intestinal. É comum que um idoso faça uso regular de mais de 2 medicamentos, via oral, por dia. Por exemplo: diariamente, toma um remédio para controlar a pressão e outro para reduzir os níveis de colesterol. Quando fica gripado, adiciona-se anti-térmicos, descongestionantes, analgésicos, etc.

Dentro do nosso organismo, as moléculas ativas dos medicamentos, que são efetivamente as drogas que agem no tratamento, encontram-se e se encontram com os alimentos que ingerimos. Neste momento, ocorre a interação Medicamentosa e a interação Droga-Nutriente.

Interação Droga-Nutriente é o efeito causado pelas relações físicas, químicas e fisiológicas entre medicamentos e alimentos durante o processo de digestão. A ação do medicamento ou a absorção dos nutrientes podem sofrer alterações. Estes efeitos das drogas sobre os alimentos podem ocorrer durante várias etapas do processo digestivo: ingestão, absorção, metabolismo ou excreção.

Nos adultos mais velhos, a interação Droga-Nutriente é diferente da que acontece nos adultos mais jovens devido a 3 tipos de fator:

  • Fatores Primários: inerentes ao processo normal de envelhecimento. Devido às alterações de sensibilidade de órgãos e tecidos, observa-se alterações farmacológicas (como uma droga reage com outra droga), farmacocinéticas (como uma droga altera o metabolismo de outra dorga ou de nutrientes) ou farmacodinâmicas (medicamentos agem em sistemas diferentes mas o efeito de um deles é alterado pelo efeito do outro) nos idosos.
  • Fatores Secundários: rotina plurimedicamentosa. Ao ingerir várias drogas (mais de 3) por dia, há aumento considerável de interação medicamentosa. Ou seja, os princípios ativos dos medicamentos podem reagir entre si.
  • Fatores Terciários: administração nem sempre correta dos medicamentos.

As alterações fisiológicas mais comuns são:

  • Alterações de Apetite: há classes de drogas que reduzem o apetite, podendo causar até anorexia. Outras, como alguns tipos de anti-depressivos ou psicoterápicos, aumentam o apetite.
  • Alterações no Paladar: redução ou aumento na sensibilidade para doce, salgado, amargo ou azedo.
  • Xerostomia: diminuição da produção de saliva causando a sensação de “boca seca”.

Além disso, vale tomar cuidado com o uso de:

  • Laxantes: podem comprometer a absorção de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K). Na medida em que “soltam” o intestino, as vitaminas que deveriam ser absorvidas por este órgão são excretadas. Por isso, não se deve abusar deste tipo de recurso para resolver constirpação. O ideal é beber bastante água, fazer exercício físico e mudar hábitos alimentares, incluindo maior quantidade de fibra nas refeições.
  • Antiácidos: aqueles à base de carbonato de cálcio e hidróxido de alumínio reduzem a absorção do ferro. Por isso, caso você faça uso regular deste tipo de medicamento, procure ingerir alimentos  mais ricos em ferro e procure um fonoaudiólogo para avaliar sua mastigação. Talvez, mastigar melhor resolva o problema de maneira mais satisfatória. Entenda também como a digestão pode ser alterada pela menor produção de enzimas pelo organismo.
  • Antibióticos: pode reduzir a absorção de várias vitaminas, minerais, gorduras e carboidratos.
  • Agentes anti-colesterol: reduz a absorção de gorduras e vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K).
  • Diuréticos: podem acarretar a excreção exceciva de minerais. Por isso, quem faz uso deste tipo de medicamento deve ter atenção redobrada à alimentação rica em frutas, legumes e verduras e à hidratação.

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