Em 2018, o Brasil já tinha mais de 30.2 milhões de pessoas com 60 anos ou mais. A cada ano, a população fica mais idosa. Como consequência desse processo de envelhecimento, as famílias se deparam cada vez mais com a realidade da necessidade de cuidados de um membro mais velho. Que, muitas vezes, por diversos motivos, acaba se tornando uma pessoa dependente.
- Por diversos fatores, sejam eles, emocionais ou financeiros, percebe-se que a família assume esse papel de cuidar. Mas, geralmente apenas um membro é denominado cuidador.
- Como consequência desse processo, o cuidador experimenta diversos sentimentos. Há uma fase de resignação, uma fase de luto em vida, etc. Inclusive uma fase que dá lugar a um outro tipo de sentimento: a culpa da auto-negligência.
Por diversos fatores, sejam eles, emocionais ou financeiros, percebe-se que a família assume esse papel de cuidar. Mas, geralmente apenas um membro é denominado cuidador.
Essa nova função, de cuidador familiar, é assumida quase naturalmente, pois o cuidador entende que não existe outra saída para tal situação. Normalmente, entende que é sua responsabilidade cuidar de quem cuidou dele e que não pode “virar as costas” para alguém de sua família. Ou ainda que o amor e o carinho devem estar presentes independentemente da fase da vida em que nos encontramos. Ou até mesmo não consegue imaginar que seu familiar idoso possa ser assistido por outra pessoa.
A partir desse momento, o cuidador familiar passa a se dedicar integralmente à vida desse idoso. Como consequência, acaba perdendo a sua própria identidade, anulando, muitas vezes, sua própria vida em detrimento à vida do outro. Esse processo pode causar stress e desconforto, à medida que ele deixa de fazer coisas para si mesmo para se dedicar apenas ao outro. Anteriormente a isso, esse indivíduo tinha uma vida social, um trabalho, sua própria família e amigos. Mas agora se depara com uma vida com restrições e perda da própria autonomia.
Como consequência desse processo, o cuidador experimenta diversos sentimentos. Há uma fase de resignação, uma fase de luto em vida, etc. Inclusive uma fase que dá lugar a um outro tipo de sentimento: a culpa da auto-negligência.
Por achar que cuidar do familiar idoso é uma obrigação exclusiva, muitas vezes o cuidador familiar passa a sentir culpa por “tirar um tempo” para si mesmo. E depois, sente-se culpado por não cuidar de si mesmo. Desta forma, acaba entrando num ciclo negativo que pode levar a doenças como a Depressão, por exemplo.
Neste caso, e em todas as fazes em que o Cuidador Familiar se sentir mas, indicamos a Psicoterapia, que pode ser para toda a família, ou apenas para o cuidador.
Pois, muitas vezes, o cuidador que assiste esse idoso em casa, precisa de um acompanhamento para separar a sua própria identidade da identidade do outro. Sabendo de suas responsabilidades, mas também podendo contar com um tempo dedicado a si mesmo.
Débora Elia Fuentes é psicóloga, estudante em Especialização em Neuropsicologia (USF) e colaboradora do grupo de pesquisadores da Faculdade de Medicina de Jundiaí e Instituto de Geriatria e Gerontologia C.H. Martinelli