idoso com demência e comportamento agressivo

O Comportamento Agressivo dos Portadores de Demência.

em Demências e Alzheimer por

Demência, como sabemos, é um conjunto de sintomas. No Brasil, em mais da metade dos casos de doença demencial, como o Alzheimer, há alterações de comportamento. Estas alterações de comportamento, tecnicamente chamadas de sintomas neuropsiquiátricos, são comportamento agressivo, agitação, repetições, distúrbios do sono, etc.

Neste texto, vamos falar um pouco sobre um dos sintomas de maior impacto emocional na família: a Agressão, ou comportamento agressivo.

O comportamento agressivo pode ser observado através da comunicação verbal ou atitudes físicas. São palavras duras e ofensivas, palavrões. Ou agressões físicas como socos, pontapés, tapas, etc.

As “crises de agressividade” podem ocorrer de repente, sem motivo aparente. Ou então, resultam de alguma situação frustrante. Embora seja difícil de lidar com a agressão, entender que a pessoa com Alzheimer ou outro tipo de demência está agindo de maneira agressiva, já é o primeiro passo.

A agressão pode ser causada por muitos fatores, incluindo desconforto físico, fatores ambientais e má comunicação. Se a pessoa com doença de Alzheimer está agressiva, tente entender o que pode estar contribuindo para a mudança de comportamento.

Dor é um fator que pode desencadear um comportamento agressivo. Alguns portadores de demência podem ter perdido a capacidade de identificar, localizar e/ ou comunicar a dor. Numa situação de infecção urinária, por exemplo, há desconforto físico. Uma pessoa com Alzheimer pode se irritar e iniciar um comportamente agressivo:

  • Pelo desconforto físico causado.
  • Por não identificar o que está causando este desconforto.
  • Por não conseguir se comunicar adequadamente em relação a esta situção.

Outras situações que podem desencadear o comportamento agressivo são: fome, sede, calor/ frio, sono.

Os fatores ambientais que podem causar alteração de comportamento normalmente são aqueles que possuem estímulos excessivos. Estamos falando de muito barulho, muita gente no mesmo local, etc.

A comunicação ineficiente também pode ser a causa. Imagine um senhor que era alfaiate e agora encontra-se com demência. Apesar das falhas de memória e outros sintomas, ele gosta de vestir roupas sociais. Porém, pela manhã, todos em casa têm pressa para sair e querem que ele se vista com qualquer roupa confortável. Porém, ele quer usar calça social, camisa e sapato. Mas ele não consegue expressar essa vontade. Os familiares, com boas intenções, separam calça de moletom, camiseta e tênis. Neste momento, este idoso começa a brigar com o cuidador… Portanto, vale lembrar que, além de falar (de maneira clara e simples) com o portador de Alzheimer ou outra doença demencial, é muito importante ouvir. Ouvir com calma e com o coração.

Fonte: Alzheimer Association

24 Comments

  1. Inútil. Nada disso adianta. O pior é que nenhum médico quer receitar um sedativo, riem na nossa cara e dizem que os familiares tem que aguentar. É muito fácil falar quando não é a sua vida e a sua saúde que não estão sendo destruídas por um idoso que, mesmo medicado, continua agressivo. É muito fácil pra esses médicos rirem já que não é com eles. Isso é um inferno na vida dos familiares, deixa todo mundo doente e a Lei e o Estado tratam os familiares como se fossem escravos e burros de carga. ISSO TEM QUE MUDAR. Os familiares precisam ter DIREITO de sedar um idoso agressivo.

    • Usar medicamentos calmantes fortes podem colocar a vida do paciente em risco. Ninguém tem o direito de colocar a vida do próximo em risco, nem o médico, nem a família. Mas é dever do médico ajudar a família a controlar a agressividade do paciente. Minha sugestão é procurar um outro médico que traga alternativas. Além disso, se estamos falando de um paciente com demência, a agressividade é uma fase que vai durar algumas semanas e vai passar.

  2. A grande verdade é que somente a família que passa por isso é quem sabe o que é. Muitos parentes acabam se afastando e dizendo que é exagero de quem convive com mais proximidade. Infelizmente, os episódios de agressividade são frequentes e podem durar muito tempo.

    • Estou passando com isso de uma hora para outra a minha mãe que teve avc está agressiva a médica já mudou a medicação e nem assim adianta..ela fica até 6dias sem dormir e não deixa ninguém dormir .já implorei por ajuda de meus irmãos os que moram aqui na minha cidade ,mas a única que me socorre é a minha irmã de Campinas …minha mãe teve 7 filhos e apenas eu e essa minha irmã que cuidamos o resto diz que não tem tempo .

      • Oi claudia é muito complicado essa situação, estou com dois familiares idosos assim!
        Um com 86 e 84 anos anos.
        Sou psicóloga, imagina quantas demandas e casos abordados no dia a dia.
        Acredita psicóloga não pode assistir um familiar.
        No meu caso aprendi a conviver com toda essa situaçao, sempre fui agitada, hoje sou de boa, cuido com paciência, 24hs de repetição, as vezes me estressa, tive que buscar ajuda psicológica para poder conviver melhor com as agressividades.
        Durante dia dormem várias vezes, a noite ficam andando pela casa.
        Coloquei uma regra já que cuido no seu silencio durante o dia a noite quero dormir.
        Por enquanto esta fucionando.
        Temos que colocar limites, falar sério sem ofendelos,são crianças grandes, mas entende o que falamos.
        Empatia é essência do convivio.

      • Minha mãe passou varios dias emburrada pela manhã, mas com o passar das horas ela melhorava…mas hoje logo de manhã não a reconheci: xingava, gritava palavrões e foi agressiva fisicamente também. Meu Deus, o que é isso? Ela está já faz tempo com a memória muito ruim e o neuro receitou dois medicamentos. Depois desse acontecido de hoje fui ler a bula e ali dizia que esses dois medicamentos podem ter reações como confusão mental, agressividade..
        Não vou dar mais…por onde devo caminhar, não sei mais..

        • Nossa sugestão é procurar um médico Geriatra. Os sintomas descritos são compatíveis com doença neuro-degenerativa, como Alzheimer, por exemplo. Um Geriatra, na média, é mais preparado que um neurologista para diagnosticar e tratar doenças senis.

    • Texto ótimo e bem explicativo , fácil compreensão.
      Vejo nele a situação de minha mãe , praticamente na totalidade.
      Ela tem 94 anos e eu tenho 70 anos ….Realmente é difícil essa mudança de comportamento e o pior o sofrimento dela.

  3. Boa noite, sou médica cuido do meu esposo ele tem Alzheimer, confesso que é bem complicado acalma-lo nessa fase de agressividade, eu consigo pelo fato de ter acesso medicação injetável, sempre que posso que vejo pessoas passando pelo mesmo tento ajudar de alguma forma, a saúde mental (psiquiátrica) tem que ser mudada, pois muitas pessoas passam por isso e só sabe quem sofre na pele, o cuidador adoece junto, sempre sobra pra uma pessoa cuidar .

    • Justamente dra. Sempre sobra para alguém cuidar e acaba que ficamos tão doentes quanto os portadores de demência.Meu esposo foi diagnosticado com esquizofrenia a 15 anos atrás, foi feito os melhores tratamentos com antipsicóticos modernos , sem sucesso algum.Hoje aos 62 anos com novo diagnóstico demência devido avc isquêmico.As vezes fica 3 meses normal e de repente o comportamento é intolerável.Foram tantas agressividades w internações que hj não tenho forças para lutar, pois a cada dia ele apronta algo novo.Por favor aconselhe eu superar TD isso.

  4. Me sinto mais aliviada com o relatos que li. Vi que não sou a única a passar por isso… agora mesmo estou toda arranhada, pois meu pai finca a unha em meu braço, e não aceita ajuda pra nada… de repsemnte fica agressivo, nao me deixa encostar nele… chuta, xinga, e eu estou começando a ter medo dessa situação… Não queria recorrer a uma casa de idosos, mas para o bem de minha saúde, não vejo outra alternativa… escrevi esse texto, trancada dentro do escritório enquanto ele esmurra a porta e xinga… xinga muito… não basta a gressão física, tema verbal também… meu consolo são as orações… estou aprendendo a lidar com a situação, e só espero não adoecer. Um abraço e obrigada por compartilhar as angústias.

    • Meu Deus!!
      Te entendo perfeitamente!

      Também escrevo enquanto o meu tio está aqui gritando, xingando e hoje já pegou duas garrafas de vidro para bater na gente.

  5. Minha cunhada está passando por isso, ela é a única filha mulher de 4 irmãos, um faleceu, o outro está desempregado e meu marido trabalha de segunda á sábado e precisa garantir a pensão de dois filhos do casamento anterior. É complicado mesmo, e como ela n trabalha e tem o marido aposentado, os dois ficam com ela. Eu sou corretora de imóveis, cuido da casa e dou um socorro a minha cunhada quando ela precisa sair pra dar uma relaxada, como ir visitar os filhos, ir em uma festa ou coisas assim…a minha sogrinha está com 89 anos, há 4 anos na cama…minha cunhada está esgotada!

    • Meu marido de 73 anos me deu vários murros de graça! Nem tínhamos discutido , nem nada ! Só pedi para ele não mexer nas folhas que estava imprimindo.

  6. Realmente é muito difícil e complicado. Fica muito fácil falar e dar risada para quem não vive a situação. Os médicos deveriam ter mais compaixão. Os que estão ao redor do idoso estão se desgastando, e vão acabar ficando mais doentes até do que o próprio idoso. Que receitem um ansiolítico mais fraco, lógico que com o devido acompanhamento médico. Mas deixar que a família se acabe por causa de um comportamento desse, sem nenhuma ajuda, chega a ser desumano.

    • Concordo. A família deve procurar o médico sempre que necessário e pedir orientações em relação a terapias complementares não medicamentosas para amenizar o comportamento difícil do portador de demência. Se o médico não conseguir ajudar, minha sugestão é trocar o médico.

  7. Tenho 38 anos parei minha vida pra cuidar do meu pai sou filho único, tinha trabalho e uma vida social estou em casa a 2 anos, meu pai tem 86 anos, sempre foi uma pessoa agreciva e hoje com a demência está muito pior é um sofrimento tô vendo a hora de eu morrer antes dele, já aconteceram várias coisas, minha mãe morreu em 2016 AVC e alzaimer deste 2013 tô nessa vida horrível cuidei da minha mãe, já separei meu pai atacando minha mãe porque ele nunca teve paciência com ela, isso quendo ele ainda estava bem, agora ele não me dá sossego os médicos não passam sedativos o cara não dá um tempo falar a verdade não sei mais o que eu estou fazendo, hoje vivo da aposentadoria dele e do salário da minha mulher, uma vida de cão.

  8. Estou passando por uma situação similar a de vocês, a mãe da minha mãe está em nossa casa há quase 6 meses, pois o irmão da minha mãe faleceu e era ele quem “cuidava” dela. Ela é uma pessoa muito difícil de lidar, como eu não a conhecia antes estou achando muito complicado lidar com ela e a doença dela. Ela bagunça a casa toda, passa fezes na pia do banheiro, não toma banho, inclusive já tem três dias que não toma, xinga todo mundo com palavrões horríveis e já tentou me bater. É uma pessoa que quando sã já era ruim e piorou agora – segundo a minha mãe- que foi até queimada com água quente por ela . Já pensamos em Lar de idosos, porque minha mãe não tem condições físicas para cuidar dela devido a lesões degenerativas na coluna e joelhos, e eu sou estudante e não tenho como parar minha vida para dar suporte para minha mãe. É uma situação muito difícil que muita gente acaba “romantizando”, não sabendo que essa situação é muito degradante para quem está cuidando.

  9. Fico um pouco consolada de ler as mensagens aqui. Vou repetir o que alguém disse: só quem vive junto sabe.
    Meu pai tem 90 anos, sempre teve sinais de sociopatia, é muito odioso mas disfarça muito bem, e por causa disso nem os médicos encaminham ele para qualquer tratamento psiquiátrico – a louca sou eu.
    Ele quebra coisas em casa porque odeia viver, não toma banho, já dormiu até com rato no quarto, e como me rejeita desde o final dos anos 70 (acho que é misógino) entrou num conflito com ele mesmo que só piorou a agressividade: não me permite fazer nada na casa pois ela é DELE e ao mesmo tempo nunca pensou passar pela “humilhação” de fazer serviço “de mulher”.
    Eu acredito que ele está entrando na demência e fico curiosa de saber como isso vai acabar. Por enquanto ele paga as contas sozinho e nunca se perdeu, mas quem vive junto percebe como a cada dia a demência vai se expandindo.
    Ele já errou o próprio nome, troca de roupa na varanda, abre a casa toda no frio e usa roupas de calor enquanto geme, fecha a casa toda e se cobre com o cobertor durante os dias quentes…
    Entretanto SÓ EU vejo isso, porque o meu irmão, que sempre foi o preferido, está a 3000 km de distância, ignorando a realidade.

    Tudo que tenho a dizer é que a medicina tem um lado muito atrasado, que faz com que muitos sofram pelos problemas emocionais/mentais de alguns.
    Outro dia mesmo ele dizia ao vizinho rindo : “os médicos não sabem o que eu tenho!”, porque ele está sempre cansado, síntoma típico de depressão.
    Ele passou os últimos anos fazendo exames, mas em nenhum momento um médico disse “poxa… será que não pode ser depressão?”.
    Nada.
    Ele leva todo mundo na conversa.

    Bem, desejo o melhor a todos vocês, parentes de idosos agressivos, mal educados ou que não são nada disso mas têm demência.

  10. Sou cuidadora e trabalho com uma pessoa extremamente agressiva,eu ja conhecia antes dela adoecer ela ja era bem difícil, pois eu cuidava do esposo dela, ele faleceu e hoje cuido dela.O problema é que a filha trata da mãe somente com calmante natural, ela é totalmente contra ao uso de quetiapina e outros.essa senhora foi expulsa de alguns residênciais por causa da agressividade, e nos cuidadores ficamos a mercê dessa agressividade.

  11. Oi claudia é muito complicado essa situação, estou com dois familiares idosos assim!
    Um com 86 e 84 anos anos.
    Sou psicóloga, imagina quantas demandas e casos abordados no dia a dia.
    Acredita psicóloga não pode assistir um familiar.
    No meu caso aprendi a conviver com toda essa situaçao, sempre fui agitada, hoje sou de boa, cuido com paciência, 24hs de repetição, as vezes me estressa, tive que buscar ajuda psicológica para poder conviver melhor com as agressividades.
    Durante dia dormem várias vezes, a noite ficam andando pela casa.
    Coloquei uma regra já que cuido no seu silencio durante o dia a noite quero dormir.
    Por enquanto esta fucionando.
    Temos que colocar limites, falar sério sem ofendelos,são crianças grandes, mas entende o que falamos.
    Empatia é essência do convivio.

  12. De certa forma, me consolou um pouco ler esses depoimentos, pois já não sabemos o que fazer com a minha mãe. Bate, xinga, ofende… difícil manter uma cuidadora e até uma empregada. As pessoas tem medo dela.
    A empregada foi se defender dela (ela é forte!) e deixou marca no braço, ligou desesperada pra minha irmã. Acreditamos na empregada, pois já passamos por isso, ela tentar apertar nosso pescoço, dar tapa na nossa cara, puxar o cabelo, etc. É um estresse terrível.

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