Você sabia que a maioria esmagadora de cuidadores são mulheres? O papel da mulher cuidadora, está além de seu papel como familiar.
Ao receber o diagnóstico de uma doença que necessita de cuidados, a família na maior parte das vezes, demora algum tempo para aceitar esta nova realidade.
Por diversos motivos, sejam emocionais ou financeiros, percebe-se que a família assume o papel de cuidar.
Porém, geralmente apenas um membro da família é denominado cuidador.
Essa nova função de cuidar é assumida quase que naturalmente, pois o cuidador entende que é a única coisa a se fazer.
A partir desse momento, o cuidador familiar passa a se dedicar integralmente a vida da pessoa.
Como consequência, acaba perdendo a sua própria identidade, anulando muitas vezes sua própria vida.
Normalmente, a pessoa adota como sua responsabilidade cuidar de quem cuidou dela. Então, a pessoa pensa que não pode “virar as costas” para alguém de sua família.
Ou ainda, a pessoa acha que o amor e carinho devem estar presentes independente da fase da vida em que nos encontramos. E até mesmo, não consegue imaginar outra pessoa assistindo seu familiar.
Ainda nos dias de hoje, existe um senso comum que coloca a mulher no papel de cuidadora responsável.
Independentemente de a pessoa ter outros filhos, geralmente a filha mulher será a pessoa que decidirá a conduta de vida do familiar.
Pode ser que essa filha já residisse com o familiar. Pode ser também que ela leve a pessoa idosa para morar com ela.
Por esse motivo, outros membros da família automaticamente se isentam de responsabilidade.
E essa única pessoa irá receber toda a sobrecarga que as fases da demência causam.
Existe ainda, a cobrança dos outros familiares que acham que o cuidado está errado por não ver melhora no quadro. Porque infelizmente se esquecem que conforme a demência avança, o quadro piora progressivamente.
E pior ainda, quando essa cuidadora pede ajuda, quase nunca é atendida.
Portanto, um processo que causa estresse e desconforto, conforme a pessoa passa a se dedicar mais ao outro do que si mesma.
Como consequência desse processo, a cuidadora experimenta diversos sentimentos.
Há uma fase de resignação, uma fase de luto em vida. E até mesmo uma fase que dá lugar a outro tipo de sentimento: a culpa autonegligência.
Por achar que cuidar do familiar é uma obrigação exclusiva, a pessoa passa a sentir culpa em ter tempo para si mesma. Depois, sente-se culpada por não ter esse tempo para si.
Desta forma, entra em um ciclo negativo que pode levar a doenças, como por exemplo, a depressão.
Como resultado, toda essa sobrecarga emocional e física do trabalho de cuidadora causa esgotamento físico e mental.
E não podemos esquecer que a saúde física e mental precisa de cuidados. Assim como a cuidadora.
Contudo, existem formas de aliviar essas consequências. A cuidadora precisa de um acompanhamento para separar a sua própria identidade do outro. Também uma rede de apoio para consolo e conforto.
Por essa razão, mesmo assumindo todas as suas responsabilidades, a pessoa precisa também contar com um tempo dedicado a si mesma.
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