Muitas pessoas nos procuram com dúvidas sobre o diagnóstico de seu familiar idoso. Quando se trata de declínio cognitivo, vem a insegurança na pergunta: será que é Alzheimer?
Nem tudo que parece normal, é de fato.
A falta de atenção ou esquecimento, pode parecer natural, mas não é. Esquecer onde deixou os óculos, onde guardou determinado objeto, o que foi buscar na geladeira, deixar luzes acesas, trocar o par de sapato, não é normal!
Infelizmente os mitos sobre envelhecimento nos fecha os olhos para os sintomas da doença.
E a Doença de Alzheimer (DA) tem início difícil de determinar devido à natureza dos sintomas.
Por isso existe uma pergunta muito frequente sobre a DA:
Existe um primeiro sintoma?
E a resposta é simples:
Depende!
Já sabemos que cada pessoa é única e o progresso da doença e experiência é diferente para cada paciente. Portanto nem todas as vezes, mas na grande maioria das vezes, temos a perda de memória recente como primeiro sintoma da doença.
Ou seja, outros sintomas dificilmente se manifestam antes da perda de memória. E quando surgem, surgem simultaneamente.
Isso porque o cérebro das pessoas com Alzheimer tem o hipocampo como primeira região afetada. Ele é responsável pela memória e o aprendizado. Por causa disso a formação de novas memórias é comprometida.
A primeira memória que se perde é a memória episódica, melhor dizendo, é a memória pessoal. A memória episódica é um subsistema relativo a memória responsável por receber e armazenar informações sobre determinados episódios ou eventos temporalmente datados, assim existindo uma relação espaço-temporal entre eles.
Contudo, um sintoma que pode se manifestar antes do déficit de memória é o comprometimento da linguagem.
Chamada de apraxia verbal, trata-se de um distúrbio que prejudica a musculatura da fala e interfere na verbalização voluntária de fonemas.
Por isso a pessoa com Alzheimer pode ter a fala arrastada, usar poucas palavras na comunicação e falar pausadamente.
Também outros domínios cognitivos como atenção e concentração ficam comprometidos logo no início da doença.
Não apenas são comuns ao portador da doença, como também podem ser confundidos e não diagnosticados!
Ou seja, dificuldades para resolver problemas ou atividades antes apreciadas também podem se destacar no início, e podem ser interpretadas como ansiedade, desinteresse ou depressão.
Os portadores de DA começam a contar fatos do passado com riqueza de detalhes. E esta fase é traiçoeira.
É neste momento que as pessoas acreditam que a memória ainda está boa. Isto é, esquece pequenas coisas e lembra muito bem do passado.
As histórias do passado são contadas repetidas vezes com riqueza de detalhes, e portanto nos leva a outro sintoma: a repetição.
Este é o tempo que a família pode perceber que alguma coisa não está bem. E finalmente procurar ajuda.
Isso porque fica cada vez mais frequente perguntar muitas vezes as mesmas coisas, como: que dia é hoje? Que horas você vai ao banco? Como está o tempo/o dia? Você já viu como está a casa?
À medida que o tempo passa, outras alterações de memória passam a chamar mais atenção. Conforme a doença evolui começam a surgir alterações de comportamento. O que assusta os familiares e geralmente é nesse momento que procuram um médico.
Você̂ tem familiaridade com esses sintomas? Conhece ou convive com alguém que possa ter Alzheimer? Nos conte se essas informações te ajudaram!
Para saber mais, acesse o Portal do Idoso. Aproveite também para dar uma passadinha no nosso site da Clínica Martinelli!