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Demências e Alzheimer

Suspeita que alguém tenha Alzheimer? Entenda quais são os sintomas iniciais.

José Eduardo Martinelli
Última atualização 9 de junho de 2017 10:06
Por José Eduardo Martinelli
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8 Min
Idoso com sintomas de Alzheimer
Um dos principais sintomas da Doença de Alzheimer é a falha da memória recente
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A Doença de Alzheimer tem início insidioso. Ou seja, é difícil determinar o início da doença com exatidão pela natureza dos sintomas. Leva tempo para que as pessoas que convivem com o doente venham perceber que ele está com sintomas de uma doença.

Contents
Isto faz com que, em média, a família traga o paciente para consulta com três anos de atraso. Ou seja, 3 anos após o aparecimento dos primeiros sintomas.Fato este decorrente da crença de que falta de memória, que é um dos principais sintomas, é uma condição normal na vida de um idoso.Ao mesmo tempo, a evolução do quadro leva a memória remota a ficar mais viva. Os portadores de DA começam a contar fatos do passado com riqueza de detalhes. Esta fase é traiçoeira. É neste momento que vem a certeza de que a memória está ainda boa. Isto é, esquece pequenas coisas e lembra muito bem do passado.A medida que a doença evolui começam a surgir alterações de comportamento. Isto é que assusta os familiares. Geralmente, este é o momento que a família resolve procurar um médico.Além das alterações de comportamento relacionados ao roubo, outras podem surgir quando a doença já passou da fase inicial e está começando a fase moderada.

Isto faz com que, em média, a família traga o paciente para consulta com três anos de atraso. Ou seja, 3 anos após o aparecimento dos primeiros sintomas.

Fato este decorrente da crença de que falta de memória, que é um dos principais sintomas, é uma condição normal na vida de um idoso.

Logo esquecer onde deixou seus óculos, as chaves ou o documento do carro é considerado normal. Ou onde guardou determinado objeto, o que foi buscar no armário ou pegar na geladeira é falta de atenção. Outros esquecimento como deixar luzes acesas, não puxar a descarga do vaso sanitário, deixar torneiras abertas, acender o fogão e não levantar a tampa de vidro, trocar o par de sapato (um marrom e outro preto) também são atribuídos a desatenção ou falta de concentração. Não são considerados como doença. Tendemos a achar que são fatos normais do envelhecimento.

Ao mesmo tempo, a evolução do quadro leva a memória remota a ficar mais viva. Os portadores de DA começam a contar fatos do passado com riqueza de detalhes. Esta fase é traiçoeira. É neste momento que vem a certeza de que a memória está ainda boa. Isto é, esquece pequenas coisas e lembra muito bem do passado.

Ocorre que as histórias do passado são contadas repetidas vezes com riqueza de detalhes, de modo até que os familiares já estão cansados de ouvi-las. A repetição se torna mais frequente porque pergunta-se muitas vezes pelas mesmas coisas: que dia é hoje? Que horas você vai ao banco para pegar a aposentadoria? A repetição já começa a chamar a atenção de que alguma coisa não está bem. Mas é muito difícil acreditar que uma pessoa tão querida possa ter uma doença incurável.

À medida que o tempo passa, outras alterações de memória começam a chamar mais a atenção. Percebemos que a doença está de fato se instalando quando reclamam que o filho não vem vê-la mas no dia anterior ele jantou e ficou umas duas horas conversando com ela. Que foi combinado que a filha ia leva-la ao shopping e quando foi busca-la estava na vizinha conversando. Tinha se esquecido completamente do compromisso. Passam a não se interessar por leitura porque quando acabou de virar uma página do livro não se lembram mais do que leu na página anterior. Também não querem mais assistir a novelas da televisão porque não se lembra do capítulo do dia anterior. Não acompanham um filme porque não se lembram do seu início e do papel dos personagens.

A medida que a doença evolui começam a surgir alterações de comportamento. Isto é que assusta os familiares. Geralmente, este é o momento que a família resolve procurar um médico.

Uma das alterações comportamentais mais frequentes é a síndrome do roubo. Isto é, guarda o salário, não se lembra onde guardou e acusa alguém da família que lhe roubaram.

O primeiro a sentir esse impacto é a ajudante da família, que vai ser acusada. Desde então, o idoso não consegue mais conviver com a pessoa que a roubou até que ela seja dispensada. Torna-se agressiva verbalmente com ela, mas dificilmente parte-se para a agressão física.

Frequentemente, após a demissão da funcionária doméstica, acha que quem roubou são pessoas familiares como netos, filho ou filha. É quando os familiares não conseguem mais fingir que está tudo bem. Porque enquanto a ajudante está sendo acusada até pode acreditar-se que seja verdade.  Mas quando o familiar é quem rouba, surgem dúvidas de que a acusação não é verdadeira. Uma situação inusitada é quando acham que foram roubados e outro objeto idêntico foi colocado no lugar, mas aquele que está lá não é o seu. Recentemente uma paciente falou que roubaram a sua máquina de costura, já bastante antiga, e foi colocada uma da mesma marca no lugar, mas aquela não é a dela.

Além das alterações de comportamento relacionados ao roubo, outras podem surgir quando a doença já passou da fase inicial e está começando a fase moderada.

Uma das que mais estressam o cuidador é a perambulação noturna. Na maioria das vezes vão deitar-se por volta das 22 horas, dormem por 2 a 3 horas, aproximadamente, e acordam no início da madrugada.

Levantam-se e começam a andar pela casa. Entram no quarto de outros familiares que estão dormindo e normalmente os acordam (acendendo as luzes). Vão à cozinha e querem fazer café. Às vezes, tomam banho e se vestem achando que já é de manhã e vão trabalhar. Outras vezes “arrumam gavetas”, tiram todas as roupas da cômoda e põe numa mala ou de um guarda roupa, para logo em seguida, tirá-las da mala e coloca-las de volta na gaveta ou no guarda-roupa. Quando chega as 5:30 horas, deitam-se e dormem. Se deixar, dormem até às 11 horas enquanto o cuidador ou familiar não conseguiu dormir e tem que trabalhar.

Outra alteração muito estressante é a síndrome do “sol poente”. Por volta das 17 horas, começa uma agitação psicomotora em que o paciente quer ir para a sua casa (porque a casa em que está não é dele) e insiste nesse fato a ponto de ficar irritado e agressivo. Arruma a sua mala porque quer ir embora e se as portas não estiverem devidamente fechadas, saem andando sem rumo. Ao mesmo tempo querem conversar com sua mãe, quer que liguem para ela e também insistem neste fato. Quando chega por volta das 21 horas essas alterações desaparecem completamente. Quantas vezes os familiares tem que coloca-lo no carro dizendo que vai leva-lo a sua casa. Dá umas voltas pela cidade, volta ao ponto de partida e diz ao paciente, “chegamos” e ele entra em casa e se acalma achando que voltou para sua casa.

 

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8 Comentários 8 Comentários
  • valdei santana disse:
    1 de dezembro de 2017 às 20:26

    Minha mãe foi diagnosticada com essa doença e começou a tomar donila duo e zargus hj. Quanto tempo demora pra eu ver melhora?

    Responder
    • Juliana Martinelli disse:
      3 de dezembro de 2017 às 22:24

      Somente o médico dela poderá responder.

      Responder
      • Dreno disse:
        9 de outubro de 2021 às 20:21

        Valnei…melhora? Só evita a degeneração. Vai sempre piorando.

        Perfeito.
        Minha mae é 90% o que diz aí.E cada vez está mais insuportável morar junto,e ser chamado de ladrão, quando justamente, duque dou dinheiro a ela! 😓

        Responder
  • Evandro disse:
    4 de janeiro de 2018 às 19:09

    Boa tarde !
    Minha mãe fica muito agitada na síndrome do sol poente. Tentamos acalma-lá com medicamento, porem achei que 2 mg de risperidona estava deixando ela “robotizada”, diminui para 1 mg, mas parece que não faz efeito. O que posso fazer para que ela se acalme neste período ?

    Responder
    • Juliana Martinelli disse:
      5 de janeiro de 2018 às 12:44

      Síndrome do Pôr do Sol

      Responder
  • Márcia Simone do Nascimento Pessoa Moreira disse:
    12 de janeiro de 2018 às 12:18

    Meu pai está na fase inicial . Não tivemos ainda o diagnóstico , mas o comportamento dele muito . Ele esquece coisas recentes e lembra de coisas bem antigas com muito detalhe . Repete várias vezes a mesma coisa , e tem idéia fixa por determinadas coisas como por exemplo que alguém vai roubá-lo . Tem mudanças de humor com frequência , tem irritabilidade , um pouco de agressividade e não tem noção do que é melhor pra ele e minha mãe . Está estremamente avarento , deixando mesmo faltar alimentos em casa . Peço ajuda !!

    Responder
    • Juliana Martinelli disse:
      15 de janeiro de 2018 às 17:15

      A primeira atitude a tomar é levá-lo ao médico. Recomendamos um Geriatra.

      Responder

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