Vamos falar agora de alguns outros sintomas que ajudam no diagnóstico da Doença de Parkinson, além dos 3 principais. São sintomas do Parkinson menos conhecidos pela população.
1. Ausência de mímica facial.
Quando conversamos com o paciente, notamos que ele não tem expressão no rosto. Move apenas os lábios e dificilmente esboça um sorriso ou franze a testa. Ao mesmo tempo, observa-se uma diminuição do piscar dos olhos, o que leva a uma “face de espanto”.
2. Disfagia
A saliva escorrendo pelos cantos da boca chama a atenção. Isto se deve à dificuldade de deglutição que gera acúmulo de saliva na boca e começa a escorrer. Todos nós engolimos a saliva constantemente, sem perceber este ato. A disfagia, ou dificuldade de engolir, é consequência da primeira fase da cadeia de movimentos que são necessários para a deglutição. A rigidez muscular própria do Doença de Parkinson dificulta os movimentos do corpo todo. Inclusive os usados na deglutição.
O excesso de saliva acumulada na boca pode gerar mau hálito (halitose).
3. Alterações na fala
Alterações na fala também fazem parte do quadro sintomático. Inicia-se com a fala monótona porque não há mudanças no tom de voz durante toda a conversa. Em fases mais avançadas, o paciente vai diminuindo o tom da voz até que não os escutamos mais. Temos que alertá-los para que falem mais alto.
4. Micrografia
A micrografia também é uma síndrome presente. Ao escrever alguma coisa, notamos que a letra vai ficando cada vez menor à medida que vai chegando ao final da frase.
Este conjunto de sinais e sintomas do Parkinson permite que o diagnóstico seja estabelecido. Não há exames bioquímicos ou de imagem que comprovem a doença. Portanto, o diagnóstico é invariavelmente clínico.
A doença pode acometer pessoas na faixa de 50 a 60 anos, mas sua incidência aumenta com a idade. São raros os casos de pessoas com menos de 50 anos. Como na Doença de Alzheimer, a Doença de Parkinson envolve toda a família já que, muitas vezes, acomete pessoas que estão em plena atividade social: trabalhando, dirigindo, indo a festas, etc.
Repentinamente, começam a perceber dificuldades em desenvolver suas atividades diárias. Com isso, há incidência de até 70% de depressão associada à Doença de Parkinson. A depressão aparece em função das incapacidades provocadas pelas manifestações da doença através dos sintomas do Parkinson.
Importante salientar que no Parkinson não há alterações cognitivas como na Doença de Alzheimer. O fato de os pacientes terem perfeita consciência de suas limitações leva ao quadro depressivo. A cognição começa a se deteriorar nas fases finais da doença. Mas isso depende da idade em que a doença se iniciou: quanto mais tarde a doença se instala, maior a probabilidade de comprometimento cognitivo em menor período com a doença.
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Photo by Álvaro Serrano on Unsplash
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