Continuando nossa série de textos sobre o envelhecimento do Sistema Digestório, hoje vamos abordar o Pâncreas.
Pâncreas, Vesícula Biliar e Fígado são considerados órgãos “acessórios” ao Aparelho Digestivo. O bolo alimentar não passa efetivamente por dentro deles (como acontece na boca, esôfago, estômago e intestinos). São glândulas vitais responsáveis pelo bom funcionamento do processo de digestão.
O Pâncreas produz hormônios importantes como a Insulina e o Glucagon, que regulam a utilização de açúcares pelo nosso organismo. O Diabetes é conseqüência do mau funcionamento deste órgão na produção de Insulina. Também é responsável por produzir um suco digestivo rico em enzimas capazes de quebrar proteínas, açúcares e gorduras em moléculas menores.
Sabe-se que o Pâncreas sofre alterações estruturais importantes com o envelhecimento. Pode perder mais que 30% de seu peso ao longo da vida. Estas alterações estruturais têm conseqüências conhecidas, relacionadas à redução de algumas enzimas do suco pancreático. A boa notícia é que não se conhece nenhum caso em que esta redução traga algum impacto considerável no processo de digestão. Isso porque a reserva funcional pancreática é muito elevada. Ou seja, a capacidade máxima de desempenho do Pâncreas quando somos jovens é muito maior que a nossa necessidade para manter um processo digestivo saudável. Desta maneira, existe margem para esta glândula sofrer alterações com o envelhecimento sem causar problemas para a qualidade de vida das pessoas.
Também é provável que haja redução da secreção de insulina (já provada em roedores). Este fato explicaria a maior incidência de Diabetes em adultos mais velhos.
Das doenças que acometem o Pâncreas, a mais comum em idosos é o câncer. Os tumores de Pâncreas são geralmente malignos e têm alta taxa de mortalidade já que os sintomas demoram a aparecer. Obesidade, Diabetes Mellitus, hábito de fumar e a idade acima de 60 anos são os principais fatores de risco. Mas, devemos lembrar que esta doença tem grande relação com carga genética. Mesmo assim, o câncer de pâncreas é mais raro que tumores de fígado, estômago e vias biliares.
Excelente conteúdo, bastante fácil de um leigo entender e ver a necessidade de acompanhamento médico quando algo na digestão está funcionando mal.
O problema é que ao pedirmos um encaminhamento para um médico do SUS (creio que, no caso, um gastroenterologista), a fila de espera é tão longa que provavelmente um possível câncer estará em estado avançado quando conseguirmos ser atendidos.
Estou buscando em BH/MG alternativas, pois fui encaminhada para o gastro, orto, cardio (sou cardíaca), pneumon e otorrino a 3 meses. O único que consegui até agora foi o otorrino, que me solicitou exames que podem demorar até mais de 1 ano para serem realizados.
E aí, o que fazemos nós idosos, baixa renda, 1 Salario minimo?
Desculpe o desabafo, nem sempre tive uma vida tão difícil e complicada como agora, na famosa 3a idade.
O meu maior problema é que sou extremamente lúcida, com excelente capacidade mental, mas o corpo físico não acompanha. E isto gera muito sofrimento!