O ombro é uma das articulações mais móveis do corpo, apresentando movimentos em quase todos as direções.
No entanto, toda essa mobilidade tem um preço: a estabilidade da articulação. Apesar de apresentar diversas estruturas estabilizadoras, o complexo articular do ombro sofre com lesões provenientes da falta de estabilidade. Uma das mais comuns é a lesão do manguito rotador.
Para que fique mais claro, entender a anatomia do ombro é fundamental. Veja a figura abaixo. O Ombro é uma articulação que não tem o encaixe ósseo muito congruente. Ou seja, um osso não se encaixa muito bem em outro osso. Assim, fazem-se necessárias outras estruturas para aumentar a estabilidade. Os ligamentos e a capsula ligamentar são os estabilizadores estáticos, que não tem capacidade contrátil. Já os tendões do manguito rotador são os estabilizadores dinâmicos, cuja atividade muscular varia de acordo com as necessidades da articulação.
O manguito rotador é um conjunto de quatro tendões dos músculos supraespinhal, infraespinhal, subescapular e redondo menor. Um outro tendão, que não pertence ao manguito rotador, mas que também tem papel fundamental na estabilização dinâmica do ombro, é o tendão da cabeça longa do músculo bíceps braquial. Assim como todos os tendões, eles sofrem alterações degenerativas ao longo dos anos. Vão ficando mais propícios a desenvolverem lesões como tendinopatias, rupturas parciais ou totais, lesões de ordem ortopédica muito prevalentes em idosos.
Os tratamentos podem variar de acordo com o grau de comprometimento do tendão. Mas sempre envolve o fortalecimento do manguito rotador, além a ativação dos músculos adjuvantes presentes no complexo articular do ombro. O bom posicionamento das estruturas ósseas e a biomecânica funcional da coluna (especialmente cervical e torácica) também são pontos a serem avaliados e corrigidos, se necessário. Na fase de retorno as atividades, é importante adaptar as atividades para idosos. Principalmente aquelas que envolvem movimentos acima da cabeça, como lavar os cabelos, devem ser evitados durante a recuperação. Além disso, deve-se continuar o programa de fortalecimento e manutenção do tratamento.
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