As famílias com um membro portador de DA devem tomar algumas atitudes prudentes em relação à vida cotidiana do idoso com DA.
Temos vários textos publicados sobre a Doença de Alzheimer e seus sintomas. E alguns outros, publicados sobre segurança do idoso, seja ele mentalmente saudável ou não. Falamos de segurança principalmente para evitar acidentes. Sabe-se que uma queda dentro de casa pode ter conseqüências graves e até levar a óbito.
Hoje, vamos abordar algumas questões mais práticas e relevantes, não diretamente relacionadas à saúde. Mas que requerem atitudes prudentes o mais rápido possível.
Normalmente, na fase inicial da doença, as pessoas levam uma vida relativamente normal. Na maioria dos casos, há alguns inconvenientes da perda de memória que podem ser contornados através de bilhetes, lembretes e agendas. Ou seja, é possível ainda levar uma vida independente por algum período de tempo. Mas é muito importante que já haja a supervisão da família.
Também é relevante lembrar que não existe um período certo de duração de cada fase e a evolução da doença é progressiva. Isto significa que uma pessoa diagnosticada com Alzheimer pode manter sua vida normal por bastante tempo se a evolução da doença for lenta. Ou, já nas semanas seguintes ao diagnóstico, não ter mais condições de viver sem cuidados. Mas não existe uma data marcada para outros sintomas aparecerem ou os sintomas iniciais se agravarem.
Um fato relevante da DA que impossibilita uma vida independente é o comprometimento da capacidade executiva. A Apraxia é um dos sintomas que aparece e comprometem a função executiva. Normalmente, vem acompanhada do agravamento da perda de memória. Função executiva é a capacidade que temos de realizar tarefas. Desta maneira, o idoso com DA passa a perder a capacidade de abstração e planejamento para cumprir uma tarefa que era simples para ele antes.
A capacidade de localização geográfica também fica comprometida em algum momento. Isso torna o idoso vulnerável a se perder na rua, mesmo em trajetos conhecidos como casa-padaria.
Portanto, nossa recomendação é que algumas atitudes prudentes sejam tomadas imediatamente após ao diagnóstico:
- Parar de dirigir – pelo risco de se perder e de causar um acidente.
- Não sair mais sozinho, salvo em trajetos curtos em que pessoas ao redor conheçam o idoso e possam levá-lo para casa caso haja necessidade.
- Dividir a administração financeira de sua vida com outro familiar.
Lembrando que estas mudanças na vida do idoso, quando possível, devem ser feitas de maneira progressiva, respeitando seus sentimentos. Por exemplo, se um idoso gosta de dirigir, ao invés de proibí-lo repentinamente, pode-se acampanhá-lo em algumas “saídas de carro” e ir se oferecendo para dirigir em seu lugar. Ao mesmo tempo, deve-se abordar o assunto em casa sempre que houver oportunidade até o dia em que a família vai comunicá-lo que ele não poderá mais dirigir. Mas, imediatamente após a confirmação do diagnóstico, o idoso não deve mais sair de casa sozinho dirigindo.
Como fazer para um médico nos ajudar na fase inicial? A genética na minha família é grande. Já fui em várias consultas com neurologistas e a resposta é sempre a mesma: você não tem Alzheimer. Eu sei, mas preciso prevenir, pois os esquecimentos já começaram.
Os brasileiros ainda não tem uma mentalidade de prevenção tão desenvolvida. Minha sugestão é procurar um Geriatra que possa orientá-la. Mas, basicamente, as recomendações serão referentes a exercícios físicos, alimentação balanceada e intelectualização (cursos de línguas, faculdade da 3a idade, etc). A realidade é que não existe uma fórmula para garantir que a doença não ocorra. E também, embora haja indícios, não está determinado o peso da herança genética no desenvolvimento da doença.
[…] sobre a decisão espontânea (ou nem tanto) de parar de dirigir. Também já falamos sobre algumas atitudes prudentes sugeridas para alguém que é diagnosticado com Alzheimer, mas ainda está em fase inicial da […]