Adaptação durante o confinamento: Realidade virtual e terceira idade

A Realidade Virtual Como Forma Terapêutica

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A realidade virtual (RV) é definida como simulações interativas criadas em computador e disponibilizadas ao usuário em tempo real. É um meio de imersão e interação que possibilita a criação de um cenário enriquecedor e individualizado. Assim, favorece a prática de princípios relacionados à aprendizagem motora e a plasticidade neural. Com isso, o feedback sensorial obtido durante as experiências no universo virtual, permite aos seus usuários sensações como se estivessem em ambiente real.

Antigamente, essa técnica era considerada de alto custo, viável apenas para grandes empresas e organizações. Mas hoje, a realidade virtual é utilizada nas mais diversas áreas, como: automação, elaboração de projetos, engenharia, arquitetura e ensino.

Nas últimas décadas, a realidade virtual ganhou destaque na área da saúde, tanto para reabilitação quanto para prevenção e diagnóstico de diversas patologias.

Para utilização da RV são necessários quatro elementos fundamentais: mundo virtual, imersão, respostas (sensorial, auditiva, visual e háptica – do tato) e interatividade. A RV também é classificada de acordo com os equipamentos utilizados. Os mais comuns são: RV Aumentada, RV de Projeção, RV de Mesa e RV de Simulação. Na área da saúde a realidade virtual de Mesa é a mais destacada. São representadas por consoles, que se destacam por serem de baixo custo e de fácil manuseio. Um dos principais consoles comerciais utilizados na reabilitação, principalmente na saúde do idoso é o videogame. Geralmente, é composto por controles ou sensores que captam as oscilações corporais transformando-as em comandos para que os jogos sejam executados. Desta forma, criam ambientes divertidos, desafiadores, seguros e controlados. Além de estimularem a movimentação corporal. Deste modo, os principais videogames utilizados na reabilitação como RV não imersiva são: Wii da Nintendo e o Kinect da Microsoft.

Os jogos virtuais utilizados nos videogames também são conhecidos como Exergames. Estes possuem muitos benefícios quando aplicados ao tratamento de saúde:

  • Estimulam a movimentação corporal.
  • Favorecem a prática de exercício físico.
  • Aumentam a aderência a atividade física.
  • Estimulam os indivíduos a focarem no objetivo do jogo.
  • Possuem elementos que envolvem o jogador em ambientes virtuais tirando sua atenção de qualquer fator negativo como medo ou dor.
  • Aumentam a motivação e participação do usuário.
  • Estimulam ações complexas que podem ser transferidas para o mundo real.
  • Possibilitam a manutenção de parâmetros como a velocidade de estímulos.

Os jogos virtuais ou Exergames são ricos em demandas motoras e cognitivas. As principais demandas motoras são: deslocamento ântero-posterior do centro de gravidade, passos multidirecionais, movimentos de membros superiores e inferiores, estímulos aos ajustes posturais, deslocamento latero-lateral do centro de massa, agachamentos e saltos. Já as demandas cognitivas que se destacam são: atenção, dupla tarefa, planejamento, função executiva, tempo de reação, concentração e memorização.

Jéssica Maria Ribeiro Bacha é Fisioterapeuta, pós-graduada em Gerontologia e Mestre em Ciências pelo programa Ciências da Reabilitação da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Realiza pesquisas sobre reabilitação do controle postural de idosos por meio da fisioterapia convencional e de novos recursos como a realidade virtual. Realiza atendimentos em domicílio.

jessicarbacha@hotmail.com

 

5 Comments

  1. Foi muito interessante esse artigo escrito por Jéssica Ribeiro Bacha. Assim conhecemos melhor os benefícios da realidade virtual aos idosos. Parabéns !! Abraço!! Que Deus te abençoe e ilumine sempre por esse trabalho tão lindo e especial!!! Sucesso….

  2. Graças à pessoas como vc, os idosos tem a chance de ter melhor qualidade de vida.
    Seu empenho é merecidamente aplaudido por nós idosos.
    O brigada por se dedicar à nós!

  3. Então. Tive a oportunidade de experimentar alguns de jogos virtuais e atesto que eles vem de encontro às dificuldades que os idosos teem em se deslocar para práticas que lhes seriam agradáveis. Também ajudam a estimular o conhecimento através de desafios que se tornam até mesmo prazeirosos.
    Parabéns Jéssica pelo trabalho.

  4. Esse tipo de terapia é muito benéfica para nós idosas, melhora a percepção espacial e o equilíbrio. Eu acho que deveria ter essa terapia no SUS pelo menos 1x por semana. PARABENS JESSICA por seu interesse e seu cuidado com essa pesquisa.
    Jandira Vannucci

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